by JCosta
Pois, no dia 09 de junho o governo
federal anunciou o Programa de Investimento em Logística – o PIL. Trata-se de
um programa de privatizações de aeroportos, rodovias, ferrovias e portos, sendo
que a previsão de investimentos é de R$198,4 bi (pela iniciativa privada, é
claro), dos quais R$69,2 bi devem ser aplicados entre 2015 e 2018 e R$129,2 bi
a partir de 2019, ou seja, no próximo governo, o que caracteriza uma
inteligente estratégia de marketing.
Mas, a questão mais surpreendente
em toda essa história do programa PIL de privatizações foi a repercussão na ala
dos “socialistas” radicais: nenhuma. Todos: os leninistas, os comunistas, os “marxistas”
e o mais que se seguem permaneceram absolutamente quietos, o que em qualquer
processo de decisão é interpretado como aprovado. É a metamorfose do demônio
chamado privatização.
A receita dos princípios
econômicos segue a cartilha global e, isto, passa pelo modelo de economia cuja
base de negócios é sustentada por empresas e serviços administrados pela
iniciativa privada com monitoramento de agências reguladoras do Estado. Diga-se
de passagem são poucas as coisas que o governo faz bem, o que no momento, não
me lembro de nem uma.
Ouvi por muito tempo uma gritaria
por parte dos “socialistas” radicais contra o capitalismo, depois, contra o neoliberalismo,
sendo que somente três ou quatro países no planeta Terra não adotam o
capitalismo e, para praticar o capitalismo, necessariamente, há que se adotar
alguns princípios do neoliberalismo, como por exemplo a livre concorrência, oferta
e procura, garantias contratuais para as empresas e serviços privados, entre
outros.
A grande sacada não é ser contra
por ser contra, mas adotar aquilo que está dando certo em todo mundo, caso
contrário corremos risco de nos abraçarmos com países como a Coréia do Norte e
a Bolívia, pois até Cuba entendeu que aquela história de adotar princípios
comunistas já está na contramão do desenvolvimento sustentável e perene.
Assim, o que no passado recente
era inimaginável, agora é oportuno e adequado: é a razão se sobrepondo à emoção
de um radicalismo que adquiriu bolor e teve que ser abandonado. O demônio do
passado já não é tão destruidor como foi pintado. Bela metamorfose.
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