No mundo das incertezas e das infinitas
possibilidades, as dúvidas e as preocupações fazem parte do mundo real. Com
relação às dúvidas são naturais e estão associadas à estrutura genética e aos
processos de decisão dos seres humanos. Quanto às preocupações, creio que são
elementos de um estado mental que pode ajudar a focar no assunto. As preocupações não mudam nada, mas podem
contribuir na fase das ideias e do planejamento das ações.
O tema escolhido, o mundo virtual
e a realidade, certamente, ficam no campo das preocupações; é apenas uma
impressão, um sentimento. Talvez a melhor definição seja percepção e, se assim
for, trata-se de algo subjetivo, sem a certeza que faça parte da realidade.
Ótimo, continuamos com as incertezas e as dúvidas. Mas essa forte inclinação
das pessoas pelo mundo virtual, não me preocupa; todavia, confesso que me
intriga, pois tenho a nítida impressão que as pessoas se afastam de suas
responsabilidades reais, principalmente a nível doméstico, pessoal. E aí vem a
pergunta, quem vai lavar a louça? “Agora eu não posso, estou no Facebook”. “Agora não posso, estou
conversando com um amigo/amiga pelo WhatsApp”.
Tem gente, e não é pouca, que acham que vários problemas se resolvem com Aplicativos,
Portais e Sites. Por exemplo, tem gente que acham que o grande problema da
geração de lixo e a reciclagem do mesmo se resolveriam através de um “Portal
Sustentável”, onde as pessoas seriam orientadas a separar e reciclar o lixo. A
proposta é excelente. Mas, para o Brasil, ainda temos que vencer etapas básicas
da administração do lixo: por exemplo, a garantia da coleta pelas prefeituras e
a destinação do mesmo em aterros sanitários que atendam requisitos elementares
de engenharia ambiental. E a consciência? Quem tem consciência que isso ou
aquilo é importante? A consciência é o início de tudo e esta está intimamente
ligada às questões culturais. Portanto, primeiro temos que trabalhar essa
etapa.
O mundo virtual, visto como
ferramenta é tudo de bom, facilita a operacionalidade de processos através da
interação de dados, bem como agiliza a obtenção de informações, edição e
resolução de problemas complexos utilizando softwares específicos.
Que o mundo virtual pode levar a
uma falsa sensação de felicidade, sustentada por um mundo de ilusões, penso que
seja possível. Mas é importante, também, que não deixemos que essa interação
com o mundo virtual adie ou nos afaste das tarefas básicas do nosso dia-a-dia. Outro
efeito provocado pelo mundo virtual é a sensação de socialização; chega ser
paradoxal, pois interagimos com muitas pessoas, mas, na vida de fato, vivemos
sós e com medo de pessoas reais. E isto é muito sério. E aí fica a pergunta,
será que estamos vivendo o século da comunicação ou da solidão?
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