domingo, 10 de julho de 2016

Uma homenagem a Erik Arthur Blair



by Jornei Costa


Eric Arthur Blair foi jornalista, escritor, ensaísta político e com pseudônimo George Orwel escreveu duas grandes obras que marcaram a crítica política durante a Guerra Fria até os dia de hoje, uma foi A revolução dos bichos, a outra, 1984. Para quem deseja conhecer os bastidores da política criminosa e bestial, certamente encontrará amparo conceitual no conteúdo se seus dois livros. Em a Revolução dos bichos ele transcende a literatura acadêmica para explicar de modo criativo e simples como o poder e a corrupção estão atreladas, elementos marcantes na sua e na época atual. Para não ofender seus vizinhos do leste europeu em plena Guerra Fria, ele, para falar de sistemas políticos absolutistas, ditatoriais, de corrupção e enganação tem a perspicácia de fazer uma crítica incisiva e forte, se utilizando de um cenário de ficção, onde os personagens são os bichos e os patrões de uma fazendo; uma obra prima fotografada em palavras, que mais tarde vai para as telas dos cinemas.

1984, a outra obra que aqui faço referência é simplesmente cativante. Poderíamos pensar que o livro 1984 esteja focado no ano 1984. Mas, não, a obra é atemporal, pois o autor nasceu em 25 de junho de 1903 e morreu em 21 de janeiro de 1949. Esta é a grande referência literária deste escritor: ser um crítico e visionário do seu tempo e do tempo futuro. A exemplo da obra prima a Revolução dos bichos, em 1984 ele, novamente, escreve uma tratado político, onde a proposta é mostrar sistemas políticos da época em que o Estado tinha a pretensão de total domínio sobre as pessoas. Desta forma as pessoas tronavam-se indivíduos sem personalidade a serviço do Estado. Os elementos abundantes nesta obra são a força delinquente de quem tem o poder, a dominação sob pressão, corrupção, enganação, submissão e os “puxa-sacos”, ingredientes perfeitos para formar um país de zumbis.

Diferentemente de Maquiavel, ele não tinha a pretensão de aconselhar o príncipe a governar ou a dominar o principado, mas sim de mostrar os horrores vividos pelas pessoas que, dominadas pelos vendedores de ilusões através de torturas psíquica e física eliminava a perspectiva das pessoas a possibilidade do exercício da cidadania.

Lamento, pois, que leve tanto tempo para nascer Eric's, mas que bom que tive a oportunidade de conhecer parte de suas obras, um privilégio e, como não poderia ser diferente, as recomendo.

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