domingo, 21 de março de 2010

La manifestación sutil del tiempo ...

Jornei Costa

La niña, mientras mira la lluvia por la ventana, luchando para sacar  una cáscara de palomitas de maíz que quedaron bajo la lengua. El motorista buscado por todas partes tratando de identificar su próximo cliente. Cerca de allí, un zumbido insistente de las campanas anunció que la misa comenzaría pronto. Todos se movió. Manifestaciones conscientes e inconscientes en un tira y afloja en el tiempo el acompañamiento invisible pero implacable silencio.

La oruga, que no era mariposa, esperó en silencio, el tiempo para dar su primer viaje fuera de su capullo discreto. Además, el caracol subió la pared, sin quejarse de su falta de velocidad. La naturaleza corrió la barra normal de rotación de la tierra. El ciclo de vida se repite. Nada era estática. El pulso de mi sangre y el tiempo que se desarrolló me dio una idea clara de la dinámica de todas las cosas, esta energía que estamos inmersos y del que no tenemos ningún control para evitarlo.

En un intento de confirmar algunas imágenes que he considerado de nuevo, no fue posible, ya había pasado. El tiempo, indiferente, siguió adelante. Todo a mi alrededor estaba sucediendo. Me di cuenta entonces de que el mundo era también un poco nervioso y no están dispuestos a esperar. Y ahí estaba él, el tiempo: situado en la parte superior como un águila, estaba haciendo un recuento de sus registros de no retorno.

Pensé en la lucha contra el tiempo, pero a mi me llamó la atención de los sensores de mi flash de la irracionalidad. Fue entonces en una posición de reflexión metafísica, en lugar de oponerse a mí, me aliei a su compañero que nos acompaña y nos da la sensación de pasado, presente y futuro.

La muchacha miró a la corteza de las palomitas de maíz a su alcance. En los aparcamientos no havia más táxis. El religiosos habían exorcizado sus pecados y regresaban a sus casas aliviados.

sexta-feira, 19 de março de 2010

A teoria do caos

 Jornei Costa                                                  

Embora a palavra caos também signifique confusão ou desordem, na física tem outro significado, a saber: “Comportamento praticamente imprevisível exibido em sistemas regidos por leis deterministas, e que se deve ao fato de as equações não-lineares que regem a evolução desses sistemas serem extremamente sensíveis a variações, em suas condições iniciais; assim, uma pequena alteração no valor de um parâmetro pode gerar grandes mudanças no estado do sistema, à medida que este tem uma evolução temporal”. Dicionário Aurélio – Século XXI

Decidi abordar a teoria do meteorologista norte-americano Edward Lorenz pela relação da mesma com os eventos que acontecem no mundo, no nosso dia-a-dia e por curiosidade científica.

A teoria estabelece que uma pequena mudança ocorrida no início de um evento qualquer pode ter conseqüências desconhecidas no futuro. Ou seja, se você realizar uma ação nesse exato momento, essa terá um resultado amanhã, embora desconhecido. Lorenz teorizou que um acontecimento simples tinha um comportamento tão desordenado quanto à vida. Ele chegou a esta conclusão após testar um programa de computador que simulava o movimento de massa de ar. Em busca de uma resposta Lorenz teclou um número que alimentavam os cálculos da máquina com algumas casas decimais a menos, na expectativa de que o resultado tivesse poucas mudanças. Para surpresa, a pequena alteração transformou completamente o padrão das massas de ar. Segundo ele seria como se o bater de asas de uma borboleta no Brasil causasse, tempos depois, um tornado no Texas. Fundamentado em seus estudos, ele formulou equações que demonstravam o “efeito borboleta”. Origina-se assim a teoria do caos.

Mais tarde, alguns cientistas também concluíram que a mesma imprevisibilidade aparecia em quase tudo, do número de vezes que o olho pisca até a cotação da Bolsa de Valores.

Instigado pela essência da teoria, julguei que seria interessante apenas iniciar alguns eventos e repassar para o leitor a responsabilidade de construir o final dos mesmos. Vejamos:
queda na Bolsa de Valores de Nova Iorque, em função da quebradeira de instituições financeiras dos Estados Unidos...
trânsito de São Paulo...
aumento da poluição em nível mundial...
poder paralelo do narcotráfico no Rio de Janeiro...
começar a exercitar o cérebro (considerando reações neurais em cadeia)...
iniciar o dia com mau-humor...
iniciar o dia de bem com a vida...
(...)

Ao escrever este texto pensei em interagir com os leitores de tal modo que ele participe da idéia contida na dissertação.

Na época que escrevi este texto era acadêmico do curso de Física – UFSM – pólo Herval 


terça-feira, 16 de março de 2010

Quando a razão disse não

Jornei Costa

Digo ao meu cérebro que vou escrever uma crônica. Ele não responde, permanece quieto. Depois de algum tempo, quando já havia desistido de continuar, ele pergunta: ”qual é o tema?”. Aproveitei o flash de  solicitude e fui logo definindo não só o tema, mas o foco do assunto. Não aconteceu nada. Não houve qualquer comunicação inteligente entre os meus estimados neurônios e os meus dedos. Inconformado, procurei alfinetá-lo. Tentei agredi-lo fazendo uso de algumas frases como: afinal, tu usas o condomínio do meu corpo, portanto me deves obediência. Nada. Era como se ele estivesse vivendo uma revolução. Imaginei-o de armadura, protegendo-se de ataques que naturalmente lhe eram feitos na forma de solicitações, supostamente tidas e ditas como necessárias, mas que ele não considerava como importantes. Aos poucos tive a sensação de ter perdido  o controle racional sobre minhas reações cognitivas. Mas no auge dessa guerra de poder, resolvi ser tolerante, afinal, no trivial, ele não tinha se negado a responder, e, portanto, eu vinha tocando a minha rotina sem grandes atropelos. Logo, pensei: cada coisa ao seu tempo, talvez amanhã ou depois eu consiga fazer as pazes com ele e tudo fica bem.

Não havia dúvidas, havia obstáculos entre a razão e a ação. Dia após dia não conseguia alinhavar nenhuma frase que tivesse sentido ou que me desse prazer de escrevê-la. Era como se um nojo inconsciente tivesse se apoderado de uma parte sensível de meu cérebro.

Cheguei a pensar que a nossa realidade fosse essa: o poder emocional expandia-se a apagavam os reflexos da inteligência racional. Eu estava marchando da mesma forma que bilhões de pessoas. Por momentos senti-me confortável e esta conclusão justificava a falta de estimulo de pensar e escrever.

A desobediência estava clara e instituída. Havia uma revolução entre poderes. O conflito não era apenas uma sensação fictícia de meu imaginário insolente, mas um fato real que mostrava que nem sempre conseguimos dizer ou fazermos o que queremos.

domingo, 14 de março de 2010

Uma revolução invisível

Jornei Costa

Vivemos a revolução de conceitos e valores. São as mudanças que vem a cabresto com as criações planejadas onde o lucro é o alvo principal.

O Estado começa a dividir suas competências com a iniciativa privada. As pessoas da sociedade civil assumem o ônus da ausência do Estado. O caos pela troca das atribuições se estabelece: os conflitos e as distorções são inevitáveis.

Embora sejamos regidos por um sistema de liberdade democrática e capitalista, não conseguimos ser tão independentes quanto precisaríamos e, como conseqüência ficamos vulneráveis aos novos conceitos e valores que se impõem como uma receita a ser seguida, com risco se não segui-las de sermos discriminados e, por que não, até socialmente excluídos. 

Nesta inversão de valores, a TV, o automóvel, o celular, o computador passam a ter lugar privilegiado em nossas mentes e corações, e, pessoas, diante destas novas figuras da mitologia moderna contracenam no cotidiano num papel secundário.

Habilidade profissional e desenvolvimento intelectual são erroneamente interpretados pelo idiota como esperteza e, o idiota esperto, é visto como inteligente. E assim criamos uma realidade na contramão da inteligência humana.

Pessoas imersas neste terremoto de apelos e propostas divulgados pela TV, meio de comunicação que monopoliza todas as atenções, com raras exceções, buscam imitar nos seus cotidianos o que vêem na tela da TV e do computador passando a viver uma realidade ilusória.

Todos se encantam com imagens e delas passam a serem vítimas. Os mais jovens, nas suas ingenuidades, aceitam as imagens como a única verdade, como a coisa que é certa. Tomar bebida alcoólica, por exemplo, é a coisa certa, pois o seu Ídolo, o Ronaldo, toma cerveja na TV e os incita a fazer o mesmo. A vida já não é tão importante como alguns mais conservadores dizem ser; afinal, os seus mocinhos matam sem qualquer piedade; então, isto é tido com certo.

Namorar passa a ser coisa do passado. Namorar é início ou talvez o meio e isto já não é mais importante, pois estamos recebendo as coisas prontas, no fim; então, eliminamos o início e o meio e vamos diretos pro fim: a última etapa do processo.

Quando não encontramos prazer na conversa, na leitura, na música, no aprender, no ver, no fazer vamos então para o prazer pronto, aquele que já é o final, queimamos etapas. E, quando nos oferecem o "prazer" das drogas vemos como a melhor opção de prazer. É o "prazer" fácil, que embora seja o prazer da morte mesmo assim é aceito. Mas esta questão de vida e morte já não é mais importante, pois elas já foram banalizadas pelos nossos “mocinhos” em filmes e novelas, repetidas vezes vistos e aceitos como “interessantes”. Talvez a proposta do “prazer” das drogas até fosse mais bem discutida se não precisasse apenas de dois componentes: dinheiro e de um idiota.

Pensar deveria ser um desafio e aceito como viável. Questionar e não fazer o que a maioria faz não pode ser visto como loucura, mas como tomada de posicionamento, discernimento. Não precisamos correr para onde todos correm. Não precisamos bater palmas porque uma maioria está batendo palmas, precisamos antes pensar se o homenageado merece ser aplaudido. 

Não somos pão da mesma massa, somos seres humanos, pensantes. Não devemos ter medo de ser diferentes, precisamos é ter medo de afundarmos no mesmo buraco.

Ao toque sutil do tempo

Jornei Costa

A garota, enquanto olhava a chuva pelo vidro da janela, lutava para tirar uma casca de pipoca que se alojara sob a língua. O taxista olhava para todos os lados tentando identificar o seu próximo cliente. Próximo dali, um insistente repicar de sinos anunciava que a missa não tardaria a começar. Todos se movimentavam. Eram manifestações conscientes e inconscientes num vai-e-vem silencioso sob o acompanhamento invisível, mas implacável do tempo.

A lagarta, que ainda não era borboleta, aguardava calmamente o momento de dar o seu primeiro passeio fora de seu discreto casulo. Ao lado, a lesma subia o muro sem reclamar da sua pouca velocidade. A natureza rodava no compasso normal da rotação da terra. O ciclo da vida se repetia. Nada era estático. A pulsação do meu sangue e o tempo que transcorria dava-me a idéia clara da dinâmica de todas as coisas, dessa energia em que estamos imersos e sobre a qual não temos o controle de detê-la.

Na tentativa de confirmar algumas imagens cheguei a pensar em voltar, não foi possível, já era passado. O tempo, indiferente, seguia adiante. Tudo à minha volta continuava a acontecer. Percebi, pois, que o mundo era também um pouco nervoso e não está disposto a esperar. E, lá estava ele, o tempo: posicionado no alto como uma águia, ia fazendo seus registros numa contagem sem retorno.

Cheguei a pensar em brigar contra o tempo, mas os meus sensores alertaram-me do meu flash de irracionalidade. Foi quando então, numa situação de reflexo metafísico, ao invés de me contrapor, aliei-me a esse companheiro que nos acompanha e nos dá o sentido de passado, presente e futuro.

A garota olhava a casca de pipoca na ponta do dedo. No ponto de táxi, não havia taxistas. Os religiosos, já tinham exorcizado seus pecados e voltavam aliviados para casa.

terça-feira, 9 de março de 2010

O Livro

Pensei em fugir daquele panorama hostil, quase insalubre. A coragem inicial deu lugar a um carrossel de dúvidas e medos. O meu cérebro fervilhava completamente improdutivo, pois não elaborava nenhuma resposta que pudesse dar-me um norte razoável. 


( parte do texto "O livro")


Para ler a crônica clique em O Livro

terça-feira, 2 de março de 2010

A saúde e a sociedade

O artigo "A saúde e a sociedade" é de minha autoria e foi publicado no jornal Diário Popular. Trata-se de uma crítica à omissão da classe média nas questões da saúde do país.

Clique aqui para ver o artigo