terça-feira, 17 de novembro de 2015

A era das ideias

by Jornei Costa

Lembro, sem muita precisão, que lá pelos anos 2000, um pensador ao divagar sobre os rumos da sociedade do século XXI diagnosticou que estaríamos saindo da Era Industrial e entrando na Era das Ideias. O produto do século seria ideias, a venda de ideias. Parece que o "cara" tinha razão, pois o que se vê é uma associação de inovações e países ricos, em todos os sentidos. Dentro deste novo cenário de novas ideias destacamos os 10 países mais inovadores entre 141 países analisados conforme 79 indicadores relacionados com inovação, economia, política, e outros aspectos, estudo este feito e publicado pela Universidade de Cornell, Escola Pós-graduação em Negócios, na França e pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual. Os 10 primeiros são: 1º Suíça, 2º Reino Unido, 3º Suécia, 4º Holanda, 5º Estados Unidos, 6º Finlândia, 7º Singapura, 8º Irlanda, 9º Luxemburgo, 10º Dinamarca. O Brasil ocupa a posição 70 no ranking. Parece que o nosso negócio ainda é produção de commodities (matérias-primas) com baixos valores agregados e com poucas ideias, salvo a produção agrícola, onde nos destacamos pela alta produtividade, mas cujas exportações ainda predominam produtos in natura, o que não deixa de ser visto como um atraso numa estrutura de negócios se considerarmos que, para cada quilo de frango ou arroz produzido, consome-se 1000 litros de água.

Se quisermos mudar nossa matriz de produção, precisamos, o quanto antes, investir em educação de qualidade com olhos em novas ideias e projetos, destacando produtos com mais valores agregados (tecnologia, mão-de-obra, requisitos de utilização compatíveis com o momento atual). A tecnologia embarcada é um destaque em todos os países ricos, pois estes produtos envolvem softwares (programas) e hardwares (parte física) com uma importante demanda de mão-de-obra em todos os níveis e especializações. A tecnologia embarcada já faz parte do nosso dia-a-dia, onde podemos citar as modernas geladeiras, TVs, micro-ondas, automóveis que usam combustíveis fósseis ou não, motos, smartphones, computadores de mesa, notebooks, aviões, robôs, equipamentos hospitalares, CFTV, controle de dados de animais, gente, e aí por diante. É um mundo sem volta. É claro que como todas as coisas há vantagens e desvantagens; entre as vantagens, o poder de fogo em relação aos preços: pode-se cobrar mais pelos produtos, pois ideias tem um elevado valor no mercado global. Desvantagens: precisamos nos preparar para migrar do século XX para o XXI.

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