segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

O mundo virtual e a realidade

by Jornei Costa

No mundo das incertezas e das infinitas possibilidades, as dúvidas e as preocupações fazem parte do mundo real. Com relação às dúvidas são naturais e estão associadas à estrutura genética e aos processos de decisão dos seres humanos. Quanto às preocupações, creio que são elementos de um estado mental que pode ajudar a focar no assunto.  As preocupações não mudam nada, mas podem contribuir na fase das ideias e do planejamento das ações.

O tema escolhido, o mundo virtual e a realidade, certamente, ficam no campo das preocupações; é apenas uma impressão, um sentimento. Talvez a melhor definição seja percepção e, se assim for, trata-se de algo subjetivo, sem a certeza que faça parte da realidade. Ótimo, continuamos com as incertezas e as dúvidas. Mas essa forte inclinação das pessoas pelo mundo virtual, não me preocupa; todavia, confesso que me intriga, pois tenho a nítida impressão que as pessoas se afastam de suas responsabilidades reais, principalmente a nível doméstico, pessoal. E aí vem a pergunta, quem vai lavar a louça? “Agora eu não posso, estou no Facebook”. “Agora não posso, estou conversando com um amigo/amiga pelo WhatsApp”. Tem gente, e não é pouca, que acham que vários problemas se resolvem com Aplicativos, Portais e Sites. Por exemplo, tem gente que acham que o grande problema da geração de lixo e a reciclagem do mesmo se resolveriam através de um “Portal Sustentável”, onde as pessoas seriam orientadas a separar e reciclar o lixo. A proposta é excelente. Mas, para o Brasil, ainda temos que vencer etapas básicas da administração do lixo: por exemplo, a garantia da coleta pelas prefeituras e a destinação do mesmo em aterros sanitários que atendam requisitos elementares de engenharia ambiental. E a consciência? Quem tem consciência que isso ou aquilo é importante? A consciência é o início de tudo e esta está intimamente ligada às questões culturais. Portanto, primeiro temos que trabalhar essa etapa.

O mundo virtual, visto como ferramenta é tudo de bom, facilita a operacionalidade de processos através da interação de dados, bem como agiliza a obtenção de informações, edição e resolução de problemas complexos utilizando softwares específicos.

Que o mundo virtual pode levar a uma falsa sensação de felicidade, sustentada por um mundo de ilusões, penso que seja possível. Mas é importante, também, que não deixemos que essa interação com o mundo virtual adie ou nos afaste das tarefas básicas do nosso dia-a-dia. Outro efeito provocado pelo mundo virtual é a sensação de socialização; chega ser paradoxal, pois interagimos com muitas pessoas, mas, na vida de fato, vivemos sós e com medo de pessoas reais. E isto é muito sério. E aí fica a pergunta, será que estamos vivendo o século da comunicação ou da solidão?







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