sábado, 22 de novembro de 2014

Malala

by JCosta

Quando li o livro "Eu sou Malala" fiquei maravilhado com a história dessa adolescente paquistanesa da região de Swat. Filha de um professor que também era o proprietário da sua própria escola, Malala apaixona-se pela oportunidade de aprender, o que a leva a ter uma excelente relação com todas as disciplinas previstas na grade de sua formação escolar. Vivendo num país com predominância da religião muçulmana, onde o direito a estudar é uma prerrogativa do gênero masculino, a menina Malala enfrentou um panorama nada amigável durante o período que esteve na sua comunidade, incluindo uma atmosfera, onde o talibã (população nativa muçulmana com tendência extremista), faz apologia da não participação das meninas no processo de educação formal no campo das ciências e da literatura, impondo a ideia que às mulheres cabe o estudo da religião e a lida doméstica e cuidar do marido.
É natural que uma pessoa que tenha contato com as ciências, as artes e a literatura, desenvolva uma outra percepção do mundo, instigando-a ao pensamento crítico e, desta forma, possibilitando-as a expressar opiniões e a caminhar com as próprias pernas. E Malala é um exemplo deste processo da transformação através da educação e da vontade de aprender, portanto, uma grande referência para o mundo.
Referências. Precisamos de referências para tocar as nossas vidas. Precisamos de referências para escolhermos os nossos caminhos. E no campo das boas referências talvez possamos citar os nossos pais, às vezes não, de poucos políticos e de poucas pessoas, seja na nossa comunidade ou mesmo no mundo.
Quando terminei de ler o livro, ainda com ele entre as mãos, fiz uma reflexão sobre a história de vida da menina Malala e o ambiente em que ela viveu. A primeira coisa que me levou a pensar é de parar de reclamar de coisas pequenas, de agradecer e de aumentar a coragem de lutar por aquilo que achamos certo e por nossos objetivos.
Sempre valorizei as pessoas pelo que fizeram ou fazem e a Malala é uma dessas pessoas que, ao materializar suas opiniões e ideias, gera circunstâncias para transformações de coisas ruins em coisas boas contribuindo para um mundo mais justo e melhor.

Mas confesso que, embora tenha vista na Malala uma grande referência de força e determinação, fui surpreendido com o anúncio pelo comitê organizador do prêmio Nobel da paz para a admirável menina paquistanês, o que foi uma agradável surpresa. Outrossim, não podemos deixar de referenciar o indiano Kailash Satyarthi que também foi contemplado com o Nobel da paz pelos seus trabalhos na promoção do combate do trabalho infantil na Índia. Aos dois, desejo que tenham sucesso nas suas propostas e ações e peço que toda a energia da Natureza conspire a favor para iluminar cada vez mais os seus caminhos.

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